REPORTAGENS
Papel do Professor do Ensino Fundamental
Segue Reportagens :
Ser professor hoje é uma tarefa bem difícil, mas prazerosa, pois ele precisa se dedicar, e muito, aos estudos, a pesquisa, ao seu desenvolvimento profissional e aos seus alunos.
Como mediador da aprendizagem, participa ativamente do processo de aprender, incentivando a busca de novos saberes, sendo detentor de senso crítico, conhecendo profundamente o campo do saber que pretende ensinar, além de ser capaz de produzir novos conhecimentos, através da realidade que o cerca. Ufa, quanta coisa um único professor deve obter, sendo que isso não é tudo, existem mais inúmeras coisas que ele precisa, como paciência, criatividade, humildade, carisma, domino próprio e de público, etc. etc. etc.
Pedro Demo em uma reportagem para a revista Profissão Mestre, disse: "Ser profissional hoje é principalmente saber, todo dia, renovar a profissão". Acreditamos que nenhum comentário precisa ser feito, pois essa frase diz tudo.
Com tudo isso, será que o professor deve ser visto como a única fonte de saber? Para Celso Antunes não, ele acredita que "o professor de verdade sabe provocar curiosidade, ensina a pesquisar, a separar o joio do trigo, a usar o que se aprende em situações novas, transformando o aprender em compreender".
Portanto, notamos que a profissão docente é uma das mais difíceis, pois temos desafios todos os dias, como ensinar o aluno a pensar, a pesquisar, etc. Até mesmo o professor aprende todos os dias, e a formação continuada deve ser uma constante na vida dele e, até mesmo, de todos os profissionais, pois como diz Júlio Clebsch, redator da revista Profissão Mestre: "O problema é a velocidade, e portanto, para dar conta de um mundo que muda cada vez mais rápido, não há nada mais pertinente do que saber pensar".
Referencias Bibliograficas
Revista Profissão Mestre. Ano 6. n° 61. Outubro de 2004. Pgs. 18- 26.
Jornal Virtual Profissão Mestre. Ano 5. n° 41. Novembro de 2004.
Ser professor não é dom, exige profissionalização
Ser professor não é dom, exige profissionalização
Com esse enfoque, Mestre em Educação aponta em palestra do PEC alguns critérios para bom desempenho em sala de aula
Os professores precisam se profissionalizar porque a prática docente não é um dom, exige muito planejamento e métodos científicos. Essa é uma das orientações do Mestre em Educação Afonso Cavalheiro Neto, que falou aos docentes da UniFil na abertura da 17ª edição do Programa de Educação Continuada (PEC), segunda-feira (30/01) à noite, sobre o tema "O Trabalho Docente: Perspectivas e Desafios".
"É muito comum ouvirmos conceitos que nem sempre estão corretos. Um deles diz que o professor transmite conhecimento para alunos. Na minha opinião, isso não existe. O aluno só aprende quando quer e o grande desafio é motivá-lo. O professor deve propor situações de aprendizado", destacou o palestrante, graduado em Direito, Educação Física, diretor acadêmico da Faculdade Assis Gurgacz e Faculdade Dom Bosco, em Cascavel (PR).
Cavalheiro Neto disse que nas propostas de aprendizado desenvolvidas pelos professores, a quantidade e qualidade do envolvimento do aluno vão determinar o resultado. Segundo ele, o behaviorismo, uma das linhas de estudo da Psicologia, aponta que o indivíduo consegue manter a concentração por um período de 20 minutos. Depois disso, se dispersa e precisa de um tempo de relaxamento para voltar a se concentrar. Assim, numa sala de aula, o aluno requer motivo e ação, ou seja, motivação para se envolver com o conteúdo.
O palestrante analisou também os recursos tecnológicos hoje disponíveis para a docência. "Antes era usado o mimeógrafo a álcool e depois a tinta, veio o retroprojetor e agora tem o data show. O professor deve ter cuidado para não transformar o equipamento numa máquina de fazer dormir. O data show é um recurso, como outras técnicas que existem há muitos anos na educação", alertou.
O Mestre em Educação enumerou alguns critérios para o bom desempenho do professor: conhecer o projeto pedagógico do curso; saber sobre a realidade psicológica do aluno e buscar o equilíbrio; ter referência, fundamentarão ao preparar e dar aula; organizar os registros acadêmicos, profissionalizando o trabalho docente; prever e administrar dificuldades em sala; perceber o momento de abrir espaço para a participação do aluno; planejar as ações docentes; elaborar plano de aula; e tudo isso para produzir resultados.
"Ser professor, ir para uma sala de aula, não é simples. E há muitas situações em que a prática docente está muito artesanal. Só com profissionalismo é possível superar os desafios", declarou.
Antes da palestra do PEC, o reitor Eleazar Ferreira saudou os professores presentes ao Teatro Colégio Londrinense, com referência especial aos novos docentes da UniFil. "Queremos que todos comecem o ano de 2012 animados, com entusiasmo. São os professores que movem o dia a dia da universidade e nosso compromisso é fazer o melhor para os alunos, preparando-os para suas futuras profissões e para a vida", afirmou
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Professores mostram o que pode ser feito para melhorar a educação
As regiões mais pobres, as periferias mais distantes e os bairros mais violentos são os maiores desafios e podem ser também os grandes trunfos de um professor.
“Os professores que se destacam hoje nas suas áreas, digo na rede pública, especialmente, são os professores que conseguem criar. Sair da zona de conforto e trabalhar com o que se tem”, explica a promotora de Justiça Vanessa Goulart Barbosa.
“Todas as crianças são capazes de aprender, independente do meio social, senão seria um determinismo mesmo. Nasceu ali, vai ser ali, nunca vai aprender”, ressalta Elieth Portilho, professora de ensino fundamental.
E o que existe aqui é o cerrado, suas plantas, seus bichos e tudo isso que tem em volta e dentro do coração a professora Elieth leva para a sala de aula em uma escola rural em Pipiripau, no estado de Goiás. O que é familiar aqui vai dando sentido, facilitando o aprendizado. E crianças de sete anos exibem seus conhecimentos, com alguma timidez, ou sem timidez alguma.
Seca brava no inverno, muita chuva no verão. Para viver assim, entre a escassez e a fartura, as pequenas árvores do cerrado têm raízes bem profundas para buscar a água. A professora de Pipiripau descobriu que a busca de quem ensina precisa ser assim também. O conhecimento é riqueza profunda. Seiva que alimenta quem vai longe procurar.
“Eu ouvi dos colegas: você vai fazer mestrado para continuar numa escolinha rural? Então respondi: eu quero justamente fazer mestrado para eu poder ser uma professora melhor para os meus alunos na área rural. Então, fiz opção por continuar aqui. Por paixão mesmo”, diz Elieth.
A professora já ganhou prêmio pela criatividade e empenho. Mas as maiores recompensas que ela apresenta são falantes e com olhinhos que brilham:
“Foi muito legal. Quando aprendi a ler, falei: tia Elieth, aprendi a ler! E ela ficou muito feliz”, lembra Rita, de 8 anos.
“É porque quando a gente vai crescendo, a gente tem que arranjar um emprego e a gente tem que saber das coisas. Porque, senão, a gente não vai assim crescer na vida”, completa Yasmim, também de 8 anos.
E é para que todos possam ter as mesmas chances que é preciso haver mudanças. Para
85% dos brasileiros, a baixa qualidade da educação prejudica o crescimento do país. Para avançar, o novo ministro da Educação, Cid Gomes, vai propor um pacto com estados e municípios. Dar incentivos para quem avaliar professores e diretores. Ele analisa também adotar um só currículo para todos os estudantes:
A ONG Todos Pela Educação aprova a ideia:
“Todo mundo tendo como referência a mesma aprendizagem esperada no final de cada ano seria um avanço muito grande, porque aí a gente daria com muita clareza para o professor, qual é a expectativa do trabalho dele”, diz Alejandra Velasco, coord. Todos pela Educação.
Mas outras medidas precisam ser tomadas. Os especialistas ouvidos acham fundamental fazer com que as faculdades e universidades deem mais importância à formação do professor:
“É valorizado na academia, os trabalhos publicados, os alunos orientados, a participação em congresso, uma série de fatores que dá relevância à sua carreira. O ensino nem sempre dá relevância”, pondera Fuad Dayer Saad, professor de Licenciatura em Física - USP.
“A Anfop, a nossa Associação Nacional de Formação de Professores, tem lutado há muitos anos para que nós tenhamos uma base comum para formar os professores, e depois a formação específica para cada uma das áreas que eles desempenham. Essa é uma luta nossa”, afirma Bernardete Gatti, pesquisadora da Fund. Carlos Chagas.
Uma luta que vai exigir mais de cada um de nós. Os governos terão que gastar mais para cumprir a meta do Plano Nacional da Educação de equiparar o salário dos professores ao de outros profissionais de nível superior na próxima década:
“Nós não podemos voltar atrás nessa decisão de dar a educação para todos, isso é irreversível. A nossa grande meta agora é fazer com que a educação pública seja uma educação de qualidade”, ressalta o ministro da Educação, Cid Gomes.
Mas salário não é tudo.
“A gente estuda para caramba e você não tem reconhecimento. O salário é uma parte do não reconhecimento que a gente tem”, diz Gabriela de Paula Souza, estudante de Física.
“Sem sombra de dúvidas, a gente tem que lutar por melhores condições de trabalho para o nosso professor. O professor que não desistiu foi aquele que conseguiu melhor resultado de aprendizagem”, acrescenta Silmara Casadei, coordenadora pedagógica do Colégio Porto Seguro.
Os pais também estão convocados.
“Se tive filho, acabou, amigo. Tem que cuidar dele. Tem que ter cobrança. Meu filho, o que você deu na sala hoje? Abre teu caderno aqui para mim”, diz o professor Pitágoras Cyriaco, professor de Matemática.
E, acima de tudo, o país não pode perder o grande agente da mudança na educação: o professor.
“Ele tem um papel crucial na sociedade que ele nunca, em momento nenhum deve deixar esquecido. Isso alimenta essa vontade de querer fazer, de querer transformar, de querer ir além, destaca o professor de Física Yvis Urquiza.
“Enquanto eu tiver a certeza que quero fazer a diferença na educação, eu vou dar o meu melhor aqui dentro”, garante Bianca Cardoso, estudante de Pedagogia.
Um sentimento que pode até contagiar pequenos estudantes:
Repórter: O que quer ser quando crescer?
Menino: Professor.
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